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[Concreto & Construções
| Ano XXXIX nº 65
]
2.2.2 Relação Água Cimento (a/c)
ou Água-Aglomerante (a/agl)
A primeira observação sobre este item
refere-se à nomenclatura utilizada nos
trabalhos. Inúmeras pesquisas usam o ter-
mo relação “água/cimento”, enquanto
outras “água/aglomerante”. Esta consta-
tação pode dificultar algumas análises em
função do tipo de aglomerante que está
sendo utilizado e que, muitas vezes, não é
especificado nos estudos.
Diversas relações água/cimento foram
encontradas, desde 0,3 até valores pró-
ximos a 0,8. Chama a atenção o uso de
baixas relações a/c e, para isso, o uso de
aditivos no concreto, que possuem clore-
tos em suas composições; porém, a neces-
sidade de estruturas mais esbeltas e com
menor porosidade para evitar entrada de
agentes agressivos leva ao uso corriqueiro
de aditivos. As relações acima de 0,7 fo-
ram utilizadas em trabalhos que tinham
como objetivo acelerar a entrada dos íons
cloretos, fugindo da realidade das obras.
A Figura 4 apresenta um levantamento
dos estudos realizados com diversas rela-
ções água/cimento. A partir desse levan-
tamento, foi possível identificar as cidades
onde os trabalhos foram desenvolvidos e
também os principais valores de a/c utiliza-
dos em cada região do Brasil. Nota-se que,
em Goiânia, prevalece o uso de relações
a/c de 0,4; 0,5 e 0,55. Já, em Porto Alegre,
utilizam-se mais as relações 0,4; 0,5 e 0,6.
De acordo com a ABNT NBR 6118:2003
- Projeto e Execução de obras de concre-
3% 7%
16%
3%
16%
14%
14%
8%
9%
1%
8%
1%
% do uso das relações a/c no Brasil
0,3
0,35
0,4
0,45
0,5
0,55
0,6
0,65
0,7
0,75
0,8
0,9
Figura 4 – Uso das relações
a/c no Brasil
to Armado – Procedimento, em um am-
biente urbano, a estruturas de concreto
armado devem ter relação água/cimento
menor ou igual a 0,60. Em função disso,
a Figura 5 apresenta que 74% dos estudos
foram com este valor recomendado de
norma, sendo 26% com relação a/c maior
do que 0,60.
2.2.3 Incorporação de Adições
Ativas e outros materiais para
melhoria da matriz cimentícia
Dados com adições minerais, como síli-
ca ativa, cinza de casca de arroz, escória
de alto forno, metacaulim, cinza volante,
também foram encontrados nos trabalhos.
Para fins de ilustração, além das adi-
ções ativas, efetuou-se nesse item uma
análise dos trabalhos que empregaram ou-
tros tipos de materiais adicionados, para
melhoria da matriz ou redução da possibi-
lidade de fissuração. Dentre esses outros
materiais, foram encontrados registros de
estudos que empregaram polímeros, fibras
e outros materiais inovadores, que estão
sendo pesquisados para inclusão nas cons-
truções de concreto armado.
A Figura 6 mostra a quantidade de estu-
dos que foram realizados com vários tipos
de adições minerais em função das cidades
que foram desenvolvidos.
Salienta-se que no GEPECON – Santa
Maria foram desenvolvidas pesquisas com
três tipos de adições: cinza de casca de ar-
roz, cinza volante e escória de alto forno,
74%
26%
= 0,60
> 0,60
Figura 5 – Quantidade (%)
de estudos em função da
relação a/c: 0,60