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p e s q u i s a e
d e s e n v o l v i m e n t o
Viabilidades técnica e econômica dos recifes artificiais
de concreto pré-moldado - Fontana & Martins
& Das Neves & Lima & Nagalli
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A viabilidade técnica e econômica foi
investigada para um recife artificial teó-
rico, um Recife Artificial Multifuncional
(RAM), cuja forma e posição foram defini-
das na praia de Matinhos por Lima (2008),
através de simulações hidrodinâmicas
computacionais. Para o preenchimento
deste “volume” que compõe o recife teóri-
co, propôs-se o uso de peças pré-moldadas
em concreto, cuja forma foi proposta por
Rebimar (2011). Blocos deste tipo buscam
o aumento da biodiversidade para fins pes-
queiros, ou seja, o dimensionamento das
peças e o material utilizado para os reci-
fes foram estudados para que a fauna ma-
rinha reproduza e se alimente dos depó-
sitos orgânicos que se formam nos recifes
artificiais. Sua aplicação tem se dado com
sucesso (REBIMAR, 2011), com blocos de
40x40x80cm, conforme Figura 1.
Como a localização do RAM, definido por
Lima, está referenciada atrás da Zona de
Arrebentação, ou seja, região onde o trans-
porte de sedimentos é reduzido, sua função
estrutural não se aplica. Assim, será utili-
zado um modelo de bloco de concreto não
armado para atingir o volume total do RAM.
2.1 V
iabilidade
técnica
O modelo de recife proposto por Lima
(2008) para Matinhos compreende a combi-
nação dos componentes de fundo: rampa,
foco e cunha. Este assume forma tronco-
-piramidal (Figura 2), com comprimento de
100m, largura de 80m e uma altura média
Figura 1 – Blocos tipo
Rebimar | Fonte: Rebimar
(2011)
de 2,5m. Os formatos variam conforme a
batimetria do local: se mais profunda (4 a
6m), com inclinação alta (maior que 30°),
sua classificação geométrica é de uma
rampa; se a batimetria for mais rasa (1 a 3
m), com inclinação leve (menor que 15°),
o formato é de borda.
Brumber (MarBrasil, 2011) informa que
sua experiência no uso de blocos tipo Re-
bimar revela que, devido ao formato cúbi-
co dos blocos e à disposição irregular dos
módulos ao serem lançados, seu volume de
ocupação real (25% a mais) pode chegar a
0,16 m³ por peça. Complementa que o for-
mato que cada grupo de recife deve assu-
mir é o piramidal e sua altura deve ser de 1
a 1,5m, com inclinação média de 30 graus
até o pico, o que auxilia no encrustamento
de material orgânico.
Para atingir o volume do RAM aplicado
à encosta de Matinhos/PR, de aproximada-
mente 20.000 m³, requerer-se-ão 125.000
peças com o volume de ocupação 0,16 m³/
cada. As principais restrições para o ta-
manho das peças se dão pela interação da
logística de lançamento e pela produção
das peças. Quanto aos fatores que resul-
tam nas melhorias de biodiversidade, estes
devem ser analisados experimentalmente
após sua aplicação. Dessa forma, propõe-
-se o aumento dos módulos para aproveitar
melhor a disposição e para reduzir o gasto
de concreto e de logística. Assim, o módulo
proposto possui as dimensões 1,0 x 1,0 x
1,5 m, resultando em 10.750 peças.
Figura 2 – Croqui
esquemático do recife
proposto