59 Congresso Brasileiro do Concreto - Ibracon

59CBC2017
59° CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO

Bento Gonçalves, de 31 de outubro a 3 de novembro 2017
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O CONCRETO PARA A RETOMADA DO DESENVOLVIMENTO DA INFRAESTRUTURA NACIONAL

Congresso difunde pesquisas científicas e tecnológicas sobre o concreto e suas estruturas

Profissionais de construtoras, empresas de energia, fabricantes de equipamentos e materiais para construção, laboratórios de controle tecnológico, órgãos governamentais e associações técnicas, além de professores, pesquisadores e estudantes, estiveram reunidos em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, de 31 de outubro a 03 de novembro, no 59º Congresso Brasileiro do Concreto.

Promovido pelo Instituto Brasileiro do Concreto, o 59º CBC trouxe para seus mais de mil participantes, vindos de todos os estados brasileiros e do exterior, o estado da arte da pesquisa científica e tecnológica sobre o concreto e seus sistemas construtivos no Brasil e no mundo. Foram apresentados no evento cerca de 850 trabalhos técnico-científicos sobre os temas “materiais e suas propriedades”, “análise e projeto estrutural”, “métodos construtivos”, “gestão e normalização” e “sustentabilidade”, em sessões plenárias e pôsteres.

Três temas dominaram as apresentações e discussões em torno do concreto estrutural: o concreto reforçado com fibras, a durabilidade das construções em concreto e o ensino de engenharia civil.

 

Concreto reforçado com fibras

O concreto reforçado com fibras (CRF), tecnologia especialmente voltada para aplicação em obras especiais, foi discutido no II Seminário “Modelagem e Aplicações de Estruturas de Concreto Reforçado com Fibras”, que contou com 12 trabalhos apresentados em plenária e 14 trabalhos apresentados em pôsteres. O tema da caracterização das propriedades do CRF, com os ensaios de duplo puncionamento e de resistência à tração por flexão, para seu controle tecnológico, além de integrar a temática do Seminário, foi também abordada no lançamento das Práticas Recomendadas do Comitê Técnico IBRACON/ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) “Uso de Materiais não Convencionais para Estruturas de Concreto, Fibras e Concreto Reforçado com Fibras (CT-303). Este Comitê disponibilizou para a comunidade técnica as práticas recomendadas sobre o controle da qualidade do concreto reforçado com fibras, as macrofibras poliméricas para concreto destinado a aplicações estruturais e as macrofibras de vidro álcali resistentes para concreto destinado a aplicações estruturais. Essas publicações em formato de e-book já podem ser adquiridas na loja virtual do site www.ibracon.org.br.

O CRF foi também abordado nas palestras dos pesquisadores estrangeiros, Marco di Prisco, da Universidade Politécnica de Milano, na Itália, Barzin Mobasher, da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos, e Fernando Branco, do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, em Portugal. O Prof. Marco di Prisco apresentou exemplos de dimensionamento de lajes com CRF, ressaltando que o reforço com fibras, por ser em todas as direções, possibilita um elemento estrutural de menor dimensão, com uma resposta global aos esforços, ao invés de uma resposta local, como no caso de laje com concreto convencional. Já, o Prof. Barzin Mobasher trouxe um modelo de previsão do comportamento do concreto reforçado com fibras que integra secagem, retração restringida, fluência e relaxação, que apontou que as fibras desempenham uma função importante no controle da fissuração dos elementos de concreto, mas que não são capazes de substituir as boas práticas da engenharia, como a cura do concreto. Por fim, o Prof. Fernando Branco, em sua palestra no IV Seminário “Pesquisas e Obras em Concreto Autoadensável”, ressaltou que, apesar de o uso de fibras no concreto estrutural aumentar sua resistência à tração, ele diminui sua trabalhabilidade, o que faz do concreto autoadensável uma boa opção para ser reforçado com fibras. A aplicação do concreto autoadensável reforçado com fibras no projeto da pista de patinação de gelo do Park Shopping Canoas foi apresentada no IV Seminário pelo engenheiro Carlos Britez, da PhD Engenharia.

Por fim, durante o 59º CBC foi oferecido aos congressistas um curso sobre especificação de projeto em concreto reforçado com fibras, promovido conjuntamente pelo IBRACON e RILEM. Com carga horária de doze horas, o curso foi ministrado pelos professores Di Prisco, Mobasher e Thomaz Buttignol (Universidade Presbiteriana Mackenzie).

 

Durabilidade das estruturas

Coube também ao Prof. Fernando Branco abordar o tema da durabilidade das estruturas de concreto em sua conferência plenária no 59º CBC. Segundo ele, o maior desafio atual para os engenheiros civis é projetar estruturas com durabilidade. Em sua palestra, Fernando Branco, que é presidente da IABSE (International Association for Bridge and Structural Engineering), mostrou os estudos e cuidados tomados por sua equipe para o projeto e execução da Ponte Vasco da Gama, sobre o Rio Tejo, projetada para durar 120 anos.

O tema foi especialmente tratado no III Simpósio “Durabilidade das Estruturas de Concreto”, que contou com a apresentação de nove trabalhos técnico-científicos, abordando desde a importância da inspeção predial periódica, passando por estudos de casos de reação álcali-agregado, ataques de sulfatos, etringita tardia, até métodos de proteção e monitoramento para aumentar a vida útil das estruturas, bem como as normas para reabilitação das estruturas de concreto. Durante o III Simpósio foi lançado o Comitê Técnico IBRACON/Alconpat Brasil (Associação Brasileira de Patologia das Construções) “Manutenção e reabilitação de estruturas” (CT-802), que se reunirá periodicamente para discutir os requisitos para produtos e sistemas de reabilitação de estruturas, os ensaios para o controle da qualidade desses produtos e sistemas, as técnicas de execução dos serviços de reabilitação e a avaliação de desempenho dos serviços de reabilitação de estruturas. O objetivo final do CT-802, coordenado pelo diretor de cursos do IBRACON, Prof. Enio Pazini, é o de publicar uma norma brasileira para reabilitação de estruturas de concreto.

O tema da durabilidade permeou também a conferência de Diego Jaramillo, diretor da Federação Iberoamericana de Concreto Usinado (FIIHP) e gerente técnico da Associação Colombiana de Produtores de Concreto (Asocreto). Abordando o pavimento de concreto, o Eng. Jaramillo explicou que sua maior durabilidade em relação ao pavimento asfáltico é assegurada com a adoção de boas práticas de engenharia no seu projeto e execução, como seu adequado dimensionamento e modulação de suas placas, o uso de barras de transferência, o cuidadoso controle tecnológico do concreto e sistemas eficientes de drenagem.

A durabilidade das estruturas mereceu também a atenção dos palestrantes no Seminário de Novas Tecnologias, sessão aberta aos patrocinadores do 59º CBC – Capes, Votorantim Cimentos, Concresul, Instron/Emic, GCP, Itaipu Binacional, Intercement e Rilem – para apresentarem suas novidades técnico-comerciais em termos de produtos e serviços para a cadeia do concreto. E foi aspecto contemplado nos outros cursos oferecidos aos congressistas, como o ministrado por Luís Otávio Baggio Livi sobre estruturas pré-fabricadas de concreto, por Fábio Albino sobre dimensionamento de viga isostática protendida e por Idário Fernandes sobre produção de artefatos de concreto vibroprensado.

 

 

Ensino de Engenharia

O II Seminário IBRACON sobre o Ensino de Engenharia Civil se propôs a discutir a qualidade e a atualidade do ensino de engenharia no Brasil. Para essa segunda edição a proposta foi trazer as experiências de professores envolvidos com metodologias alternativas de ensino.

Para uma melhor formação dos engenheiros, não basta ensinar teorias. É preciso pôr a mão na massa. Essa foi a ênfase dada por todos os palestrantes. O assessor da presidência do Grupo Positivo e ex-diretor geral da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), Prof. Moura defendeu que há uma ligação neuronal ancestral entre partes nobres do cérebro com as mãos, sendo que o ato de aprender é facilitado pelo uso das mãos. “Mãos e cabeça evoluíram juntos. A mão fez o cérebro humano evoluir, pois com seu polegar opositor e maior o homem adquiriu habilidades com as mãos que sofisticaram as atividades do cérebro”, argumentou.

Com vistas a fazer com que o aluno seja mais participativo em sala de aula e que seja capaz de aplicar o que aprendeu, o formato de sala de aula com carteiras enfileiradas na qual o professor fala e o aluno escuta terá que mudar. Segundo o diretor de ensino do Grupo IDD, Prof. José Ivair Motta Filho, esse tipo de formato de ensino causa no aluno a ilusão de fluência de aprendizado. “O aluno tem a sensação de que domina o assunto ensinado, mas não é capaz de aplicar o que lhe foi passado, esquecendo o conteúdo em poucos dias. Isto porque o aluno realmente não aprendeu”, afirmou.

Motta apresentou metodologias ativas (por meio das quais os alunos são estimulados a conversarem sobre os temas das aulas para consolidarem seu aprendizado), da sala invertida (proposta na qual os alunos resolvem problemas com o que foi ensinado em sala de aula) e de uso de tecnologia em favor do aprendizado (como uso do celular e do ambiente virtual para jogos de aprendizado e para treinamento especializado).

Metodologias ativas de aprendizado têm sido aplicadas no curso de engenharia civil da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A instituição tem promovido o contato dos alunos com projetistas de estruturas e tecnologistas de concreto por meio de palestras e discussões sobre grandes obras da engenharia nacional, a exemplo da palestra sobre o Museu do Amanhã, com o presidente do IBRACON, Eng. Julio Timerman.

Além de palestras e visitas técnicas, os alunos do Mackenzie participam regularmente de atividades interdisciplinares, nas quais um problema de engenharia é apresentado aos grupos, que precisam pesquisar e fazer ensaios de laboratório para buscar a melhor solução. “O desafio do primeiro semestre deste ano foi discutir o concreto para barragens”, exemplificou a coordenadora do curso de engenharia civil da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Profa. Magda Aparecida Salgueiro Duro, em sua palestra.

Fazer os estudantes aplicarem o conhecimento aprendido em sala de aula é o objetivo dos concursos técnicos do IBRACON. Neste ano, aos concursos 24º Aparato de Proteção ao Ovo (construção de um pórtico de concreto armado resistente a cargas de impacto), 14º Concrebol (confecção de uma bola de concreto homogênea e com resistência otimizada), 10º Ousadia (projeto básico integrado de arquitetura e engenharia de obra de arte especial em concreto), 4º Concreto Colorido de Alta Resistência (confecção de corpo de prova cúbico com concreto colorido de alta resistência), juntou-se o Concreto – Quem sabe faz ao vivo (dosagem de concreto autoadensável coeso, com menor consumo de cimento e com maior resistência à compressão em 24 horas).

Com vistas a contribuir com a boa formação do expressivo número de estudantes que têm participado das últimas edições do Congresso Brasileiro do Concreto, bem como dos concursos técnicos, o Instituto Brasileiro do Concreto criou uma sessão especial nesta edição, que, por acontecer após o encerramento das demais atividades do evento, foi chamada de Corujão. Nesta primeira edição, o engenheiro da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem (Abesc), Eng. Arcindo Vaquero y Mayor, apresentou aos estudantes um exemplo prático de cálculo para estimar a resistência à compressão do concreto recebido em obra. Com auditório com capacidade para 400 pessoas lotado, os estudantes puderam discutir com o palestrante e com os especialistas (Carlos Britez, César Daher, Cláudi Sbrighi Neto, Enio Pazini e Paulo Helene) que compuseram a mesa de debates o exemplo apresentado.

Além do envolvimento dos engenheiros, arquitetos, técnicos, professores, pesquisadores e estudantes na programação técnico-científica do 59º CBC, seus participantes conheceram os profissionais de destaque do ano e as dissertações de mestrados premiados pelo IBRACON na Solenidade de Abertura do evento, e tiveram a oportunidade de estreitar relacionamentos e de fechar negócios na XIII Feira Brasileira das Construções em Concreto, onde patrocinadores do evento e expositores (Abesc, Atex, ATCP, Builder, Concretus, Erca, IBTS, MC Bauchemie, Penetron, Pini, Roberto Curra, Tecnosil e TQS) mostraram suas novidades em termos de produtos e serviços aos participantes. O evento contou ainda com o apoio da Abcic, ABCP, Abece, ABNT, ACI, Alconpat Brasil, CBDB, IE, PINI e Rilem.

 

Por fim, os congressistas puderam se confraternizar no jantar de encerramento, oferecido no Dall’Onder Grande Hotel, onde ocorreu a premiação dos vencedores dos concursos estudantis.

 

Temas

Gestão e Normalização
Materiais e Propriedades
Projeto de Estruturas
Métodos Construtivos
Análise Estrutural
Materiais e Produtos Específicos
Sistemas Construtivos Específicos
Sustentabilidade
Ensaios não Destrutivos.

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