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p e s q u i s a a p l i c a d a
4. CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O verdadeiro escopo de uma pesquisa
consiste em fornecer dados capazes de
subsidiar respostas e soluções para as in-
cógnitas existentes nos vários campos do
conhecimento humano. Assim, as consi-
derações finais visam compilar as infor-
mações mais importantes, arrematar os
resultados e assentar os aspectos práti-
cos do estudo, facilitando o acesso do
meio técnico às descobertas científicas.
As considerações finais retiradas da
apresentação e análise dos resultados
expostos anteriormente consideraram:
a influência da classe do concreto, a
dimensão do corpo de prova, o tipo de
laboratório de ensaio, bem como a com-
paração entre estas variáveis obtidas no
estudo e sua aplicabilidade na análise e
inspeção das estruturas de concreto.
O conhecimento da resistência à
compressão do concreto é matéria de
fundamental importância, tanto nas
etapas de projeto e execução como no
caso de avaliações sobre a qualidade
das estruturas em uso. Faz-se necessário
compreender os conceitos relativos, as
prescrições de ensaio e as variáveis que
exercem influência, para interpretar os
resultados e descartar possíveis discre-
pâncias ocasionadas por deficiências do
equipamento de ensaio ou do operador.
1.
Quanto ao concreto Classe C30, veri-
ficou-se que os corpos de prova com
dimensão 100 mm x 200 mm apresen-
taram maior dispersão (coeficiente
de variação 5,2% maior) em relação
aos corpos de prova com dimensão
150 mm x 300 mm. Quanto ao con-
creto Classe C60, verificou-se que os
corpos de prova com dimensão 100
mm x 200 mm apresentaram maior
dispersão (coeficiente de variação 3%
maior) comparado aos corpos de pro-
va com dimensão 150 mm x 300 mm
(FIGURA 3.2). Portanto, os corpos de
prova com dimensão 100 mm x 200
mm apresentaram maior dispersão.
Este comportamento também foi ob-
tido pela pesquisa de Martins (2008).
2.
Quanto ao laboratório A, verificou-
-se que os corpos de prova com di-
mensão 100 mm x 200 mm apresen-
taram maior dispersão (coeficiente
de variação 5,4% maior) em relação
aos corpos de prova com dimensão
150 mm x 300 mm. Quanto ao labo-
ratório B, verificou-se que os corpos
de prova com dimensão 150 mm x
300 mm apresentaram maior disper-
são (coeficiente de variação 1,5%
maior) comparado aos corpos de
prova com dimensão 100 mm x 200
mm (Figura 3.3).
3.
Apesar dos resultados obtidos a partir
dos corpos de prova 100 mm x 200 mm
apresentarem maior dispersão (maior
coeficiente de variação), não é sig-
nificativa a diferença destes com re-
lação aos resultados obtidos a partir
de corpos de prova 150 mm x 300 mm
(evidenciado na Tabela 3.2).
4.
Os laboratórios participantes do en-
saio mostraram grande divergência
de resultados, embora estivessem
seguindo as diretrizes de norma.
Isto serve de alerta da necessidade
do aprofundamento das investiga-
ções, principalmente no que tange
à influência dos tipos de concreto,
dimensões de corpos de prova e aos
diferentes processos utilizados pelos
laboratórios envolvidos no estudo.
De um modo geral, as etapas de ins-
peção das estruturas de concreto en-
volvem uma série de atividades que vão
desde a análise e coleta de projetos e
especificações até o planejamento e
desenvolvimento da metodologia de in-
vestigação. Além disso, a eficácia da
avaliação depende de conhecimento e
experiência por parte do investigador. O
sucesso da aplicação das correlações ob-
tidas neste estudo está profundamente
associado à perícia do profissional e ao
conhecimento prévio sobre o método de
determinação da resistência à compres-
são do concreto.
Salienta-se que os resultados aqui
obtidos são válidos para os materiais
e condições de ensaios adotadas; por-
tanto, deve-se considerar este limite
da pesquisa.
Influência dos fatores de ensaio que interferem na
resistência à compressão do concreto - Araújo &
Guimarães & Geyer